quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013

Seca: Prejuízos econômicos no RN não chegam a R$ 1 bilhão, diz IBGE

A conta feita pelo Governo do Estado acerca do prejuízo econômico no Rio Grande do Norte devido à seca, não bate com os cálculos feitos por especialistas e representantes do setor agropecuário. Eles afirmam que em um cenário muito pessimista o prejuízo não chega a R$ 1 bilhão. Já os números oficiais divulgados em reunião do Comitê Estadual de Combate aos Efeitos da Seca, na segunda-feira (04), dão conta de que esse valor ficaria na casa dos R$ 5 bilhões.

"Mesmo que o RN tivesse perdido todo a sua safra e todo o seu rebanho não daria esse valor de R$5 bilhões. Mas nem todas as culturas foram afetadas, uma série de indústrias também não", contestou o economista do IBGE, Aldemir Freire. 

O economista apresentou uma  aproximação do tamanho da perda. Ele levou em consideração apenas a produção agrícola afetada pela seca (algodão, arroz, feijão, milho, mandioca e castanha de caju) e a produção de leite (Veja gráfico) e tomou por base o ano de 2009 (considerado normal no quesito chuva) e uma estimativa perda de 90% da safra. O valor encontrado foi inferior a R$250 mil em perdas diretas. 

"Pois bem, o valor a que cheguei foi algo próximo da R$ 250 milhões de perdas diretas. Agora vamos pegar os efeitos indiretos e, exagerando muito, multiplicar o número que encontrei por 4. Teremos com isso, no máximo, uma perda de R$ 1 bilhão. Porém, nem mesmo esse número eu acho que esteja correto. Acho que não passará dos R$ 750 milhões. Algo como 2% do PIB estadual", disse Aldemir Freire.

Outra justificativa apresentada pelo economista é que o principal produto de exportação do RN vem da fruticultura irrigada, que não foi atingida pela seca. Segundo ele,  a exportação de frutas é praticamente a mesmo de 2011.  Algumas, como o caso do melão, tiveram aumento. Passou de US$50.557.900, em 2011, para US$54.056.370, em 2012. A exportação de melância também ficou em alta. Foram US$6.042.420, em 2011, contra US$7.779.416, em 2012. A maior queda ficou por conta da castanha de caju que registrou exportação de US$50.177.836, em 2011, contra US$36.660.025, em2012.

O presidente da Faern, José Vieira, concorda com os números do IBGE. "Acho que R$5 bilhões é um valor superestimado. Não sabemos os parâmetros utilizados pelo Governo, mas me assustei com o valor do prejuízo", disse ele.

O secretário de Recursos Hídricos, Gilberto Jales, foi procurado para explicar como se chegou ao valor de R$5 bilhões, mas indicou o interino da Secretaria Agricultura, Simplício Holanda. Este não pode falar com a equipe, pois tinha várias reuniões durante a tarde de ontem.

Tribuna do Norte

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