A conta feita pelo Governo do Estado acerca do prejuízo econômico no Rio
Grande do Norte devido à seca, não bate com os cálculos feitos por
especialistas e representantes do setor agropecuário. Eles afirmam que
em um cenário muito pessimista o prejuízo não chega a R$ 1 bilhão. Já os
números oficiais divulgados em reunião do Comitê Estadual de Combate
aos Efeitos da Seca, na segunda-feira (04), dão conta de que esse valor
ficaria na casa dos R$ 5 bilhões.
"Mesmo que o RN tivesse perdido todo a sua safra e todo o seu rebanho não daria esse valor de R$5 bilhões. Mas nem todas as culturas foram afetadas, uma série de indústrias também não", contestou o economista do IBGE, Aldemir Freire.
"Mesmo que o RN tivesse perdido todo a sua safra e todo o seu rebanho não daria esse valor de R$5 bilhões. Mas nem todas as culturas foram afetadas, uma série de indústrias também não", contestou o economista do IBGE, Aldemir Freire.
O economista apresentou uma aproximação do
tamanho da perda. Ele levou em consideração apenas a produção agrícola
afetada pela seca (algodão, arroz, feijão, milho, mandioca e castanha de
caju) e a produção de leite (Veja gráfico) e tomou por base o ano de
2009 (considerado normal no quesito chuva) e uma estimativa perda de 90%
da safra. O valor encontrado foi inferior a R$250 mil em perdas
diretas.
"Pois bem, o valor a que cheguei foi algo próximo da R$
250 milhões de perdas diretas. Agora vamos pegar os efeitos indiretos
e, exagerando muito, multiplicar o número que encontrei por 4. Teremos
com isso, no máximo, uma perda de R$ 1 bilhão. Porém, nem mesmo esse
número eu acho que esteja correto. Acho que não passará dos R$ 750
milhões. Algo como 2% do PIB estadual", disse Aldemir Freire.
Outra
justificativa apresentada pelo economista é que o principal produto de
exportação do RN vem da fruticultura irrigada, que não foi atingida pela
seca. Segundo ele, a exportação de frutas é praticamente a mesmo de
2011. Algumas, como o caso do melão, tiveram aumento. Passou de
US$50.557.900, em 2011, para US$54.056.370, em 2012. A exportação de
melância também ficou em alta. Foram US$6.042.420, em 2011, contra
US$7.779.416, em 2012. A maior queda ficou por conta da castanha de caju
que registrou exportação de US$50.177.836, em 2011, contra
US$36.660.025, em2012.
O presidente da Faern, José Vieira,
concorda com os números do IBGE. "Acho que R$5 bilhões é um valor
superestimado. Não sabemos os parâmetros utilizados pelo Governo, mas me
assustei com o valor do prejuízo", disse ele.
O secretário de
Recursos Hídricos, Gilberto Jales, foi procurado para explicar como se
chegou ao valor de R$5 bilhões, mas indicou o interino da Secretaria
Agricultura, Simplício Holanda. Este não pode falar com a equipe, pois
tinha várias reuniões durante a tarde de ontem.
Tribuna do Norte
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