As previsões dos economistas do mercado
para 2016 tiveram nova piora, com mais inflação e uma contração maior da
economia. Os dados fazem parte de pesquisa feita pelo Banco Central com
mais de 100 instituições financeiras.
Para este ano, a previsão é de que a
inflação fique em 6,87% – a estimativa anterior era de 6,86%. Com isso,
ainda continua bem acima da meta central de inflação, de 4,5%, fixada
para o ano que vem. Também permanece acima do teto de 6,5% do sistema de
metas brasileiro.[
Em 2015, os economistas estimam que o
Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), a inflação oficial, fique
em 10,72% – mesma previsão da semana anterior. O dado oficial será
divulgado no dia 8 de janeiro pelo Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística (IBGE). A inflação não fica oficialmente acima do teto da
meta de inflação por dois anos seguidos desde 2002 e 2003.
Se confirmada a estimativa, representará
o maior índice em 13 anos, ou seja, desde 2002 – quando ficou em
12,53%. Para analistas, a alta do dólar e, principalmente, dos preços
administrados (como telefonia, água, energia, combustíveis e tarifas de
ônibus, entre outros) pressionou os preços no ano passado.
Pelo sistema que vigora no Brasil, a
meta central para 2015 e 2016 é de 4,5%, mas, com o intervalo de
tolerância existente, o IPCA pode oscilar entre 2,5% e 6,5%, sem que a
meta seja formalmente descumprida. O BC já admitiu que não conseguirá
trazer o IPCA para a meta central de 4,5% no próximo ano. Segundo o
Banco Central, isso será possível somente em 2017.
Produto Interno Bruto
Para o PIB de 2015, o mercado financeiro
passou a prever uma contração de 3,71%, contra a estimativa anterior de
uma queda de 3,7%. Se confirmado (o número oficial só será divulgado em
março), será o pior resultado em 25 anos, ou seja, desde 1990 – quando
foi registrada uma queda de 4,35%.
ESTIMATIVAS PARA O PIB 2016
Para 2016, os economistas das
instituições financeiras aumentaram de 2,81% para 2,95% a expectativa de
retração na economia do país. Esta foi a décima terceira queda seguida
na previsão do mercado para o PIB do próximo ano.
Se a previsão se concretizar, será a
primeira vez que o país registra dois anos seguidos de contração na
economia – a série histórica oficial, do Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística (IBGE), tem início em 1948.
O PIB é a soma de todos os bens e
serviços feitos em território brasileiro, independentemente da
nacionalidade de quem os produz, e serve para medir o comportamento da
economia brasileira. No mês passado, a “prévia” do PIB do BC indicou uma
contração de 3,38% até setembro.
Taxa de juros
Após o Banco Central ter mantido os
juros estáveis em 14,25% no fim de novembro, o maior patamar em nove
anos, o mercado manteve a estimativa de que os juros voltarão a subir em
janeiro deste ano, para 14,75% ao ano.
Para o fim de 2016, a estimativa subiu
de 14,75% para 15,25% ao ano – o que pressupõe novos aumentos dos juros
básicos da economia no decorrer do ano que vem.
A taxa básica de juros é o principal
instrumento do BC para tentar conter pressões inflacionárias. Pelo
sistema de metas de inflação brasileiro, a instituição tem de calibrar
os juros para atingir objetivos pré-determinados. As taxas mais altas
tendem a reduzir o consumo e o crédito, o que pode contribuir para o
controle dos preços.
Câmbio, balança e investimentos
Nesta edição do relatório Focus, a
projeção do mercado financeiro para a taxa de câmbio no fim de 2016
subiu de R$ 4,20 para R$ 4,21.
A projeção para o resultado da balança
comercial (resultado do total de exportações menos as importações) em
2015 ficou inalterada em US$ 15 bilhões de resultado positivo. Para
2016, a previsão de superávit subiu de US$ 33 bilhões para US$ 35
bilhões.
Para 2015, a projeção de entrada de
investimentos estrangeiros diretos no Brasil avançou de US$ 63 bilhões
para US$ 63,37 bilhões. Para 2016, a estimativa dos analistas para o
aporte ficou inalterada em US$ 55 bilhões.
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