O
custo da alimentação iniciou o ano em alta em 18 capitais brasileiras
pesquisadas pelo Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos
Socioeconômicos (Dieese) e o consumidor em Natal foi um dos que sentiram
o maior impacto no bolso. Pesquisa divulgada ontem pelo órgão mostra
que a cesta básica, uma lista de 12 produtos, fechou o mês de janeiro
12,48% mais cara que em dezembro na cidade. Foi o terceiro maior avanço
do país, atrás apenas dos registrados em Salvador (17,85%) e Aracaju
(13,59%). Em um ano, os natalenses sentiram ainda mais o encarecimento.
Os preços, segundo o Dieese, subiram 26,18% na capital, registrando o
maior aumento entre as cidades que participam da pesquisa.
O feijão foi um dos produtos que ficaram mais caros na capital: previsão é que alta continue até março.
Com
o aumento registrado em janeiro, a cesta básica passou a custar R$
269,56 em Natal. Dos doze produtos pesquisados oito apresentaram
aumento: tomate (75,96%), farinha de mandioca (36,50%), banana (21,21%),
feijão (17,97%), óleo de soja (4,92), pão francês (3,68%), manteiga
(3,45%) e o café (2,27%). Outros quatro apresentaram redução: arroz
(-2,79%), açúcar (-2,02%), leite (-1,73%) e a carne (-0,54%).
Por trás do aumento estariam problemas relacionados ao clima, que afetam a produção não só do RN, mas também de outros estados, de onde vêm a maior parte dos alimentos consumidos em território potiguar. No caso do tomate, segundo o Dieese, houve excesso de chuvas nas regiões produtoras e isso catapultou os preços. No caso da farinha, a quebra na produção decorrente da seca catapultou os preços. O aumento do feijão, por sua vez, estaria refletindo "a oferta bastante ajustada do produto no mercado nacional e uma demanda sustentada".
Por trás do aumento estariam problemas relacionados ao clima, que afetam a produção não só do RN, mas também de outros estados, de onde vêm a maior parte dos alimentos consumidos em território potiguar. No caso do tomate, segundo o Dieese, houve excesso de chuvas nas regiões produtoras e isso catapultou os preços. No caso da farinha, a quebra na produção decorrente da seca catapultou os preços. O aumento do feijão, por sua vez, estaria refletindo "a oferta bastante ajustada do produto no mercado nacional e uma demanda sustentada".
A
posição de destaque das capitais nordestinas, com variação mensal na
casa de dois dígitos, foi provocada pela alta da farinha de mandioca,
alimento básico da região, cuja produção foi afetada pela seca. Só em
Salvador, o preço subiu 66,67% em janeiro.
O feijão foi outro vilão da cesta básica e subiu em 16 das 18 capitais pesquisadas. João Figueiredo Ruas, técnico de Planejamento da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), diz que problemas climáticos afetaram a produção da primeira safra que está sendo colhida, os estoques do governo são baixíssimos, cerca de 2 mil toneladas e o abastecimento está "da mão para a boca". "Normalmente em janeiro os preços do feijão caem por causa da entrada da safra, mas, neste ano, esse movimento não está ocorrendo porque o produto é escasso", diz Ruas. Segundo ele, os preços do feijão devem continuar pressionados por algum tempo porque muitos produtores substituíram o feijão pelo milho no plantio da safrinha em janeiro.
No caso do arroz, o preço do cereal subiu em 12 de 18 capitais pesquisadas. Em Aracaju, por exemplo, aumentou 14,17% em janeiro, seguida por Florianópolis (13,68%).
O feijão foi outro vilão da cesta básica e subiu em 16 das 18 capitais pesquisadas. João Figueiredo Ruas, técnico de Planejamento da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), diz que problemas climáticos afetaram a produção da primeira safra que está sendo colhida, os estoques do governo são baixíssimos, cerca de 2 mil toneladas e o abastecimento está "da mão para a boca". "Normalmente em janeiro os preços do feijão caem por causa da entrada da safra, mas, neste ano, esse movimento não está ocorrendo porque o produto é escasso", diz Ruas. Segundo ele, os preços do feijão devem continuar pressionados por algum tempo porque muitos produtores substituíram o feijão pelo milho no plantio da safrinha em janeiro.
No caso do arroz, o preço do cereal subiu em 12 de 18 capitais pesquisadas. Em Aracaju, por exemplo, aumentou 14,17% em janeiro, seguida por Florianópolis (13,68%).
Elcio Bento, analista sênior
da consultoria Safras & Mercado, explica que essa pressão de preços
ainda reflete a explosão da cotação dos grãos no mercado internacional
no segundo semestre do ano passado. No rastro da soja e do milho, o
preço do arroz que também é cotado na Bolsa de Chicago, acompanhou a
alta das duas outras commodities e foi influenciado pela redução de
produção nos países do Mercosul e pela alta do câmbio, já que parte do
grão é importada de países vizinhos. Além disso, como hoje a colheita de
arroz está no início e os estoques de passagem no País estão muito
baixos e somam 1,6 milhões de toneladas, a tendência é de que os preços
se mantenham num patamar alto, mesmo com a entrada da safra, prevê
Bento. Já o caso do tomate é diferente. O preço do produto subiu em
todas as capitais pesquisadas e as altas foram expressivas.
PREÇOS FUTUROS
PREÇOS FUTUROS
Ao
contrário do arroz, do feijão e da mandioca, como o tomate tem um ciclo
menor de produção, a oferta deve se regularizar em breve, prevê
Fernando Adura Martins, do Dieese. Fábio Romão, economista da LCA
Consultores, acredita que o pico de preços dos alimentos in natura foi
em janeiro. Para o arroz e o feijão, cujos preços ainda estão sendo
afetados pela quebra da última safra, ele prevê um cenário de cotações
pressionadas até o final de março, quando maior volume de produto entra
no mercado e o preço cai.
Tribuna do Norte
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