
O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) divulgou a segunda prestação de contas dos candidatos de todo o Brasil e O Jornal de Hoje constatou que o pleito em Mossoró é mesmo a prioridade do partido no Rio Grande do Norte. Para a “caixinha” da candidata Cláudia Regina já entraram mais de R$ 1,262 milhão. A Direção Nacional do partido foi a responsável, sozinha, pelo envio de R$ 900 mil, enquanto outras cidades potiguares não receberam um centavo se quer do partido. Porém, o número não é alto apenas para o Rio Grande do Norte. O valor investido em Mossoró foi superior ao disponibilizado pelos democratas para as eleições em capitais nordestinas, como Fortaleza e Maceió.
Na capital cearense, o candidato Moroni Torgan recebeu “apenas” R$ 600 mil do Diretório Nacional do partido que tem como presidente nacional o senador potiguar José Agripino Maia. Em Maceió, Alagoas, Jeferson Morais, também do DEM, recebeu só 200 mil, ou seja, mais de quatro vezes menos que o valor enviado para Mossoró.
E vale lembrar que em Mossoró, a candidata do DEM nem mesmo lidera as pesquisas (Larissa Rosado, do PSB, está à frente desde o final do ano passado). Enquanto isso, Moroni, em Fortaleza, é líder nas pesquisas. Em uma delas, divulgadas em agosto, pelo Vox Populi (protocolo CE-00019/2012), o candidato do DEM apareceu com 17%, contra 9% dos dois adversários.
Esse investimento em Mossoró também é alto se comparado ao número de eleitores em cada uma das cidades. Na Capital do Oeste, por exemplo, não há nem segundo turno. São apenas 164 mil eleitores para uma verba de R$ 900 mil enviada pelo Diretório Nacional. Enquanto isso, Fortaleza tem quase 1,6 milhão de eleitores, 10 vezes mais que o número de mossoroenses, mas recebeu R$ 300 mil a menos. Em Maceió, a situação é semelhante. A cidade tem, aproximadamente, 500 mil eleitores.
Proporcionalmente, inclusive, o investimento feito em Mossoró é maior não apenas do que os dessas capitais. Fazendo a média “número de eleitores” pelo “valor repassado” pelo Diretório Nacional, o DEM aplicou em Mossoró um valor de R$ 5,5 mil por eleitor. Em Recife, para onde o partido do candidato José Mendonça já repassou R$ 1,32 milhão, com pouco mais de 1,1 milhão de eleitores, o valor médio para cada um dos votantes foi de R$ 1,1 mil.
Aracaju, em Sergipe, e Salvador, na Bahia, as outras capitais do Nordeste onde o DEM também tem candidatos a prefeito, a média também é inferior. Em Salvador, inclusive, o candidato Antônio Carlos Magalhães Neto, o chamado ACM Neto (líder nas pesquisas com mais de 20 pontos percentuais de vantagem), recebeu R$ 3,65 milhões, mas a média por eleitor ficou um pouco maior que R$ 2,2 mil (a cidade tem mais de 1,8 milhão de eleitores).
Nesta semana, O Jornal de Hoje mostrou que o DEM investe em Mossoró tudo o que não coloca em outras cidades potiguares. Os exemplos de Alto do Rodrigues, com Abelardo Rodrigues, candidato democrata, e Arês, com Bráulio Cunha, foram exemplos disso. Mas não são os únicos que podem ser ressaltados. Em Natal, por exemplo, o DEM está coligado, indicou o vice e apóia o candidato do PSDB, Rogério Marinho, mas não aparece em nenhuma doação de campanha dele.
Se a campanha de Cláudia Regina já chegou à casa do milhão arrecadado (limite de gastos previsto pela coligação foi de R$ 2,2 milhões), a deputada estadual Larissa Rosado, do PSB, tem sido bem mais “modesta” na arrecadação. Na “caixinha de campanha” dela, entraram apenas R$ 438,4 mil.
Tulio Lemos
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