segunda-feira, 15 de fevereiro de 2016

ARSENAL: Sentindo-se traído pelo PT e pelo Planalto, Delcídio já tem preparado esboço de delação

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Na última semana, depois de oitenta dias preso numa cela improvisada de menos de 20 metros quadrados na sede do Batalhão de Trânsito em Brasília, o senador Delcídio Amaral (PT-MS) era um pote de mágoas. Mostrava irritação especial com a cúpula do PT e do governo. Ainda nos primeiros dias de cárcere, um ministro de Dilma fez chegar a ele um recado de que sua prisão não perduraria. A promessa era de que o governo interferiria junto ao Judiciário, nos bastidores, para afrouxar a prisão preventiva decretada pelo Supremo, após gravações mostrarem que ele estava interferindo nas investigações da Lava Jato. Em troca, o petista pouparia o partido e seus principais líderes de novos constrangimentos. O acordo não foi honrado. O rancor somado às pressões de familiares, principalmente de sua esposa Maika, levou Delcídio ao seu limite. Agora, pessoas próximas a ele dizem que o acordo de delação premiada é cada vez mais inevitável e que ele já teria estipulado até mesmo uma data para a decisão: depois do julgamento de um agravo regimental interposto contra a decisão do ministro do STF Teori Zavascki, que impediu a sua soltura no fim do ano. Se sofrer outro revés no pedido – que deve ser apreciado em breve pelo tribunal – a delação se tornará uma realidade.
 
PACIÊNCIA ESGOTADA

Delcídio do Amaral prepara arsenal contra o PT e o Planalto

Os advogados responsáveis pelo caso já começaram a relacionar as informações que ele poderá acrescentar às investigações. Ocorreram até negociações preliminares com procuradores. Um esboço do que poderá ser a delação de Delcídio está redigido e em posse de membros da força tarefa da Lava Jato. Os apelos para que o senador entre no time dos delatores e assim possa adquirir o direito à prisão domiciliar são feitos principalmente pela sua mulher, Maika. Empresária que costumava frequentar as colunas sociais de Campo Grande e os mais badalados endereços em Brasília, no Rio e em São Paulo, vem sendo hostilizada. Ao lado das filhas, se mudou do Mato Grosso do Sul para Florianópolis, onde a família possui um imóvel. Em suas conversas com o senador, Maika faz questão de lembrar o que chama de abandono a que o marido vem sendo submetido.

As visitas na prisão são autorizadas às quintas, sábados e domingos, por uma hora e meia pela manhã e pela mesma quantidade de tempo à tarde. Nenhum politico de peso ou autoridade do Planalto visitou o senador. O horário disponível é preenchido em sua maioria por seus advogados, sobretudo Maurício Leite e Antônio Figueiredo Basto, pela esposa e pelas filhas. Os dias na prisão têm sido agoniantes para Delcídio. Na cela improvisada há uma cama, um armário e uma escrivaninha, à qual o petista se senta para ler – exaustivamente, segundo relatam policiais do batalhão – as peças relacionadas a seu processo no STF. Vez por outra, tem à disposição um espaço para tomar sol, além de uma sala e um banheiro.

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