domingo, 10 de janeiro de 2016

Decepcionado, padre ligado ao PT rompe com prefeito Fernando Haddad

Símbolo da Pastoral do Povo de Rua, em São Paulo, o padre Júlio Lancellotti se diz decepcionado com a gestão do prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, na assistência social e admite até votar contra sua reeleição. “Não sei que quadro vai se pôr [na disputa], mas não gostaria de repetir essa experiência”, afirma.

Lancellotti –tradicionalmente apontado como apoiador do PT– se queixa do estilo centralizador de Haddad e de sua administração “compartimentada” na área social. “A sociedade merecia resposta mais articulada”, diz. Ao reconhecer sua frustração, ele relata uma conversa com o secretário de Habitação, João Withaker, de quem teria ouvido ser “melhor Haddad do que Datena (PP).

“Eu disse para o Withaker: ‘melhor um inimigo declarado do que um inimigo disfarçado'”, conta. Sentado num banco da paróquia São Miguel Arcanjo, Lancellotti descreveu, na quinta-feira (7), suas tensas reuniões com o Haddad. Ao final de uma delas, tomou uma atitude que admite impulsiva: bateu com a ponta dos dedos na têmpora de Haddad e perguntou:

“As coisas não entram na sua cabeça, prefeito?”. Em outra discussão com Haddad, Lancellotti o comparou ao ex-prefeito e hoje senador José Serra (PSDB) para reclamar do uso de força para a remoção de população na rua. “Não levei gás de pimenta na cara na gestão do Serra, mas levei na sua”.

Marcos Dantas

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