quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

Idiarn estima em 25% redução do rebanho no RN

A estimativa do Instituto de Defesa e Inspeção Agropecuária do RN (Idiarn) é de uma diminuição de 25% no rebanho potiguar por conta da seca que se iniciou no ano passado e vem se prolongando até hoje. Os dados, coletados através do cadastro de vacinação dos animais, não são definitivos. "Só terminaremos de tabular esses dados no fim do mês, mas trabalhamos com a estimativa de 25% de diminuição", diz Fabiana Gameleira, diretora do órgão. Entidades ligadas à pecuária consideram a estimativa "otimista".


Boa parte dos animais morreu de fome e sede nas terras secas do sertão, onde não chove há um ano 
Boa parte dos animais morreu de fome e sede nas terras secas do sertão, onde não chove há um ano.


A porcentagem de 25% significa uma perda de 225 mil cabeças de gado. O rebanho potiguar foi estimado em 900 mil cabeças no ano passado pelo IBGE. Isso não significa que 225 mil reses morreram de fome e sede durante a seca. Como a TRIBUNA DO NORTE publicou em duas séries de matérias sobre a seca, muitos criadores acabam vendendo parte do rebanho. "Pode-se dizer que houve essa diminuição, mas não necessariamente por morte do rebanho. Maior parte dos criadores teve que se desfazer do  gado por conta da seca", diz o Federação da Agricultura e Pecuária do Rio Grande do Norte, José Vieira.

Os números da estimativa do Governo do Estado são considerados "otimistas" pela Faern. Os cálculos do presidente da Federação, que tem andado o interior do Estado e visto in loco o andamento dos efeitos da seca, apontam para perdas de mais de 30%. E esse número não é definitivo. "Nem teria como ser definitivo, até porque a seca não acabou", acrescenta. Os criadores esperam seca pelo menos até março, quando inicia o período chuvoso no semiárido. Em caso de mais um ano de seca, os efeitos podem ser mais devastadores. " Os prognósticos não são animadores", diz Vieira.

O presidente da Faern criticou também a atuação do Governo do Estado. Para José Vieira, o Governo tem sido "tímido" em encontrar formas de minimizar os efeitos da seca. "São poucos poços instalados e poucos dessalinizadores. Existe uma inércia na secretaria", aponta Vieira. As ações mais efetivas, para ele, são capitaneadas hoje pelo Governo Federal. "Estados como Paraíba e Pernambuco estão largamente na frente", diz.


O principal programa do Governo do Estado para a convivência dos agricultores com a seca a longo prazo atinge, segundo os dados da Secretaria Estadual de Agricultura, cerca de 1,25% da área atualmente usada para o plantio no Estado. O secretário-adjunto da Secretaria, Simplício Holanda, disse que cada barragem subterrânea irá atender entre 0,5 e 1,5 hectare. Como serão instaladas 3,4 mil barragens subterrâneas, a área total atendida será 5,1 mil hectares, o que significa 1,25% dos cerca de 405 mil hectares de área plantada no Estado. Além disso, até agora foram ativados 70 poços dos 800 anunciados pelo Governo no ano passado.

A instalação de barragens subterrâneas não é a única ação da Secretaria Estadual de Agricultura para o combate à seca. Hoje, as ações se dividem em duas linhas de ação: projetos para combate imediato e projetos para a convivência a longo prazo com a estiagem. Dentro dos projetos de convivência a longo prazo, o principal é a construção de barragens subterrâneas. Esses projetos se somam às iniciativas de combate imediato à seca. Foram distribuídas até o momento quatro mil toneladas de forragem para pequenos produtores. E mais 3,8 mil serão distribuídas.

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