
Em greve desde o dia 3 de maio, depois que o Governo descumpriu o acordo que previa a implantação do Plano de Cargos, Carreiras e Salários, a UERN permanece abandonada pelo Governo Estadual. Neste período, os professores conseguiram sustentar a legalidade do movimento grevista em duas decisões judiciais, mas mesmo assim as negociações esbarram na irredutibilidade da governadora Rosalba Ciarlini.
O movimento grevista é um reflexo da paralisação de 2011, quando os professores ficaram 103 dias parados exigindo, dentre outras coisas, a aplicação do Plano de Cargos, Carreiras e Salários, para diminuir as perdas salariais que sofrem. A defasagem nos vencimentos é tão grande que, segundo o presidente da Associação de Professores da UERN, Flaubert Torquado, a universidade é, dentre as estaduais do Nordeste, a que menos remunera.
O salário base de um professor 20h na UERN é de R$ 897, de acordo com Torquato. Com a promessa da implantação do plano para 2012, que garantiria benefícios como a progressão de carreira, os professores encerraram o movimento grevista no ano passado. A surpresa foi que, em maio deste ano, o a gestão estadual não cumpriu o acordo fechado com a categoria e a paralisação foi retomada. A greve atinge cerca de 900 professores e 14 mil estudantes.
FARDO
“O Governo entende que a UERN é um fardo”, desabafa o presidente da Aduern, Flaubert Torquato. Ele aponta que, além da defasagem nos salários, a Universidade sofre com a falta de autonomia financeira da instituição e com cortes de investimentos e custeio para as estruturas acadêmicas, que chegaram em 2012 a 30% do orçamento. A situação financeira da universidade, segundo Torquato, é “delicadíssima”.
“Há 15 obras estruturantes da UERN paralisadas”, aponta o presidente da Aduern. Além disso, Flaubert denuncia que a precariedade no serviço de assistência estudantil, e a falta de conservação dos prédios e laboratórios da instituição. “O Governo tem virado as costas para uma instituição muito importante para o Rio Grande do Norte”, disse. A UERN é a única universidade que está presente em todas as regiões do Estado.
Para Torquato, o Governo está apostando no confronto com a categoria, com a iniciativa de não negociar com a categoria o fim da paralisação. “Apesar de a gente estar hoje numa situação de legalidade, nós queremos acabar com a greve. Nós não somos responsáveis por ela, foi o governo que não cumpriu o acordo”, disse.
Flaubert Torquato entende que a atitude do Governo mostra um desinteresse da gestão com a área da educação e que isso faz parte do perfil de administração dos atuais gestores. “Desde o início, o governo não vem dando a importância adequada para a UERN”, desabafa.
Audiência
Para debater os problemas da UERN e a greve que já dura quase dois meses, o deputado Fernando Mineiro realiza nesta quinta-feira (21) na Assembleia Legislativa uma audiência pública sobre a crise na Universidade.
Mineiropt.com.br
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