O Tribunal Regional do Trabalho do Rio Grande do Norte excluiu o prédio da Norte Pesca, penhorado em 280 processos trabalhistas, do leilão judicial realizado ontem. Na última quinta-feira, o Tribunal de Justiça em Pernambuco deferiu o pedido de recuperação judicial da empresa, suspendendo todas as ações e execuções contra ela. Segundo o TRT, caberá agora a Justiça em Pernambuco decidir o destino da empresa. Além do prédio da Norte Pesca, outros lotes de bens e produtos foram excluídos do leilão ontem. Dos 84, 18 foram retirados antes do início do pregão: cinco pela quitação da dívida e treze por decisão judicial, entre eles, o prédio da Norte Pesca. O TRT conseguiu arrecadar R$1,3 milhão. O dinheiro será usado para saldar dívidas trabalhistas.
Alex Régis
Do total de 84 lotes que seriam vendidos ontem, 18 foram retirados antes de começar o pregão
Do total de 84 lotes que seriam vendidos ontem, 18 foram retirados antes de começar o pregãoA Norte Pesca, que já foi uma das maiores exportadoras de pescado industrializado do Brasil, enfrenta dificuldades financeiras desde que se tornou ré na Justiça trabalhista e por isso teria o prédio em que funciona vendido. A frota (com sete embarcações) está parada há, pelo menos, cinco anos. O volume exportado caiu de 650 toneladas (entre atum e camarão) em 2003 para 0 em 2010. A expectativa, porém, é que, com a 'proteção' judicial, novos investidores entrem no negócio e a empresa volte a acessar crédito.
As finanças saíram do controle depois que a empresa foi condenada pela Justiça do Trabalho a pagar os direitos trabalhistas de centenas de funcionários terceirizados de uma outra empresa. "Nossas contas bancárias foram bloqueadas e fomos impedidos de acessar crédito. Isso atrapalhou nossa operação", afirma Rodrigo Hazin, diretor da empresa.
A exportadora, que demitiu 450 funcionários nos últimos cinco anos, já trabalha no seu plano de recuperação judicial, que deverá ser apresentado à Justiça em Pernambuco em janeiro. Hazin espera retomar a operação e saldar os débitos em três anos. As dívidas da Norte Pesca, segundo ele, ultrapassam hoje R$10 milhões, incluindo as dívidas trabalhistas, cujo valor não foi divulgado. Apesar do débito, Hazin afirma que "o pior já passou". A empresa, segundo ele, agora está protegida pela lei da recuperação judicial. "Podemos trabalhar sem tanta pressão".
Para Antônio-Alberto Cortez, ex-secretário estadual da Pesca, trata-se de um problema pontual. "Embora o setor pesqueiro como um todo esteja tentando se recuperar da crise de 2008, a situação enfrentada pela empresa está ligada ao processo que enfrenta na Justiça trabalhista", diz.
Jorge Bastos, presidente do Sindicado da Pesca no RN, discorda. "A Norte Pesca enfrenta um problema que não é só dela. Outras enfrentam dificuldades financeiras. Cada uma, porém, tenta resolver os problemas de sua própria forma". Jorge é incisivo e diz que o setor foi abandonado pelo Ministério da Pesca. "O setor passa por uma crise. Precisamos de apoio para nos recuperarmos. Mas o Ministério da Pesca não tem dado a devida atenção as empresas pesqueiras. Muitas empresas já fecharam. Por que essas empresas fecharam? Por que pessoas foram demitidas? O governo federal tem que ir atrás para saber".
A Norte Pesca foi fundada em 1960 pela Família Hazin e atua na pesca de atuns e afins desde 1985. Em 1995, a empresa iniciou um programa de arrendamento de embarcações estrangeiras que permitiu que assimilasse tecnologia. O sucesso na captura de atuns atraiu dezenas de embarcações de outras regiões do país, para, através do suporte da empresa, virem a operar baseados em Natal.
Lotes incluíam de galpões industriais a apartamentos
O Tribunal Regional do Trabalho do RN conseguiu leiloar ontem 32 dos 66 lotes 'apregoados' pelo leiloeiro. Dos 84 lotes de bens e produtos penhorados, 18 foram retirados antes do início do pregão por decisão judicial ou quitação da dívida. Entre eles, está o prédio da antiga Inpasa, indústria de papéis, em Parnamirim.
Na lista de bens leiloados, estavam apartamentos, galpões industriais, prédios comerciais, casas, terrenos em Natal e Mossoró. Em Natal, um dos destaques era o prédio da Norte Pesca, orçado em R$ 5 milhões, com lance mínimo de R$2,5 milhões.
O TRT-RN também leiloou automóveis, caminhões, máquinas industriais, móveis, computadores, peças de vestuário, consultório odontológico, combustível (gasolina).
A exportadora, que demitiu 450 funcionários nos últimos cinco anos, já trabalha no seu plano de recuperação judicial, que deverá ser apresentado à Justiça em Pernambuco em janeiro. Hazin espera retomar a operação e saldar os débitos em três anos. As dívidas da Norte Pesca, segundo ele, ultrapassam hoje R$10 milhões, incluindo as dívidas trabalhistas, cujo valor não foi divulgado. Apesar do débito, Hazin afirma que "o pior já passou". A empresa, segundo ele, agora está protegida pela lei da recuperação judicial. "Podemos trabalhar sem tanta pressão".
Para Antônio-Alberto Cortez, ex-secretário estadual da Pesca, trata-se de um problema pontual. "Embora o setor pesqueiro como um todo esteja tentando se recuperar da crise de 2008, a situação enfrentada pela empresa está ligada ao processo que enfrenta na Justiça trabalhista", diz.
Jorge Bastos, presidente do Sindicado da Pesca no RN, discorda. "A Norte Pesca enfrenta um problema que não é só dela. Outras enfrentam dificuldades financeiras. Cada uma, porém, tenta resolver os problemas de sua própria forma". Jorge é incisivo e diz que o setor foi abandonado pelo Ministério da Pesca. "O setor passa por uma crise. Precisamos de apoio para nos recuperarmos. Mas o Ministério da Pesca não tem dado a devida atenção as empresas pesqueiras. Muitas empresas já fecharam. Por que essas empresas fecharam? Por que pessoas foram demitidas? O governo federal tem que ir atrás para saber".
A Norte Pesca foi fundada em 1960 pela Família Hazin e atua na pesca de atuns e afins desde 1985. Em 1995, a empresa iniciou um programa de arrendamento de embarcações estrangeiras que permitiu que assimilasse tecnologia. O sucesso na captura de atuns atraiu dezenas de embarcações de outras regiões do país, para, através do suporte da empresa, virem a operar baseados em Natal.
Lotes incluíam de galpões industriais a apartamentos
O Tribunal Regional do Trabalho do RN conseguiu leiloar ontem 32 dos 66 lotes 'apregoados' pelo leiloeiro. Dos 84 lotes de bens e produtos penhorados, 18 foram retirados antes do início do pregão por decisão judicial ou quitação da dívida. Entre eles, está o prédio da antiga Inpasa, indústria de papéis, em Parnamirim.
Na lista de bens leiloados, estavam apartamentos, galpões industriais, prédios comerciais, casas, terrenos em Natal e Mossoró. Em Natal, um dos destaques era o prédio da Norte Pesca, orçado em R$ 5 milhões, com lance mínimo de R$2,5 milhões.
O TRT-RN também leiloou automóveis, caminhões, máquinas industriais, móveis, computadores, peças de vestuário, consultório odontológico, combustível (gasolina).
Tribuna do Norte
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