Ao
inspecionar as cinco primeiras unidades prisionais do Rio Grande do
Norte, a equipe do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) que realiza o
Mutirão Carcerário no estado encontrou um quadro de “verdadeiro
abandono”, relatou um dos coordenadores dos trabalhos, o juiz Esmar
Custódio.
Ele se refere a problemas como superlotação, más condições de
higiene, atendimento médico deficiente e outras violações aos direitos
dos detentos. As inspeções, iniciadas na segunda-feira (08), têm o
objetivo de avaliar as condições de encarceramento e as ações de
reinserção social dos presos.
A primeira unidade inspecionada foi o superlotado Centro de Detenção
Provisória (CDP) da zona norte de Natal, que abriga 111 internos, embora
sua capacidade seja para 80. Além da superlotação, outro problema
encontrado no local é a presença de detentos condenados, que dividem
espaço com presos provisórios.
A falta de espaço obriga muitos detentos a dormirem no chão, informou
o magistrado, que alertou para o fato de, no Rio Grande do Norte, haver
um processo de fechamento de vagas no sistema carcerário, quando a
necessidade é de ampliação. “Além de não abrirem vagas, as autoridades
estão fechando. Há unidades prisionais que foram interditadas, e não
houve reformas nem construção de outras”, criticou o juiz Esmar, que
pertence ao Tribunal de Justiça do Estado do Tocantins (TJTO) e foi
designado pelo CNJ para coordenar o mutirão.
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